Os últimos dois meses têm sido de intensas lutas para as categorias do
funcionalismo público federal. Sendo fortemente iniciada pelos professores,
técnicos e estudantes das universidades federais, as greves mobilizam
aproximadamente 350 mil funcionários públicos federais em todo o país. Só no
IBGE já são quase dois meses de greve, que incidem sobre as atividades
administrativas do órgão e especialmente a coleta de suas pesquisas, que,
inclusive, já provocou problemas na divulgação da PME e do SINAPI. As respostas
do governo às reivindicações das categorias tem obedecido a um modus
operandi básico: a) reuniões procrastinatórias que apenas aludem a
possíveis cenários de solução dos problemas das insitituições públicas, sem
apresentar nada de concreto; b) divulgação de meias-verdades a respeito da
evolução dos investimentos com a folha de pagamento ao longo dos últimos anos;
c) o apoio dos grandes veículos de comunicação de massa em uma quase
"campanha" contra os funcionários públicos e suas revindicações; d) a utilização
de expedientes possivelmente ilegais para tentar enfraquecer os movimentos; e) o
endurecimento em relação ao ponto dos servidores, dentre outras.
À primeira vista, pode parecer que estas táticas do governo são decorrentes
apenas da personalidade da presidente e seus indicados políticos ocupantes dos
cargos de confiança. Ela é apresentada como durona, pouco flexível, que
determina com "mão de ferro" as ordens que seus subordinados devem cumprir e que
seriam estas características pessoais as razões pelos atuais impasses das greves
do funcionalismo. Olhando mais de perto, contudo, é possível percebermos que as
verdadeiras razões são outras. São justamente os compromissos assumidos pelo
governo federal com o empresariado brasileiro e grandes
instituições internacionais expressas em sua política econômica que impõe os
limites não apenas de sua política social, como também do investimento no
serviço público nacional.
Para melhor entender estas questões, a ASSIBGE-PR convida a todos para
participarem de um debate intitulado "A Dívida Pública Brasileira e seus
Reflexos na Economia e na Sociedade" com a auditora fiscal da
Receita Federal Maria Lucia Fatorelli. O
evento ocorrerá no dia 16 de Agosto (quinta-feira), às
18:30, na sede do Sindicato dos Engenheiros (SENGE),
sito à Rua Marechal Deodoro, 630, 22°
andar - Conj. 2201 - Centro Comercial Itálita - Curitiba.
Maria Lucia Fatorelli tem sido internacionalmente reconhecida por sua luta
pela Auditoria Cidadã da Dívida e tem viajado o país inteiro informando a
população a respeito do modelo de desenvolvimento econômico brasileiro e sua
vinculação com o endividamento do Estado. Sua vinda será da maior importância
para entendermos melhor todas as dificuldades que temos enfrentado em nossa
greve e compreendermos que, para melhor avaliarmos o resultado da nossa luta,
precisamos ampliar o nosso campo de visão e enxergar o que está por trás
da endurecida postura do governo em relação aos direitos dos funcionários
públicos e da classe trabalhadora brasileira. A rígida posição do governo para
conosco é compensada com uma flexibilidade enorme para com os empresários e
banqueiros brasileiros. Apenas para ilustrar esta realidade, a tabela abaixo demonstra a execução do orçamento brasileiro de Janeiro a Julho deste ano:
os gastos com o funcionalismo somam 9,85%, enquanto o pagamento de juros e
amortizações da dívida já somam 54,09%. Não podemos deixar de ouvir o que Maria
Lucia Fatorelli tem a nos dizer.
Para quem não conseguir ir no dia 16 (quinta-feira), haverá uma outra atividade com Maria Lúcia no dia 17 (sexta-feira), às 16:00, na Casa Amarela (Comitê de Campanha da Frente de Esquerda de Curitiba), Largo da Ordem (em frente ao bebedouro e ao cursinho Dynâmico).
Qualquer dúvida, por favor, entrem em contato conosco.
Contamos com a presença de todos!
Existe um pequeno equívoco com relação a Data:
ResponderExcluirAté 19 de Julho de 1012, corrigir para 2012.
Gostaria de saber mais sobre a dívida interna brasileira. Esse tema me preocupada muito, não só com relação ao estoque da divida, mas também com relação ao total dos juros pagos. Sem esquecermos, claro, da dívida externa...
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