Agora é contagem regressiva. Os servidores têm pouco mais de 10 dias
para fechar um acordo com o governo que assegure, no mínimo, as perdas
inflacionárias e reduza as distorções dentro do funcionalismo. O motivo é
que o prazo para o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA) ser
encaminhado ao Congresso acaba em 31 de agosto.
A única contraproposta apresentada pelo Ministério do Planejamento após
mais de seis meses de negociação, para uma correção de 15,8% ao
Executivo dividida em três parcelas, foi insuficiente para acabar com a
onda de greves que se alastra pelo país. Insatisfeitos, os sindicatos
prometem intensificar os protestos na próxima semana.
O objetivo é convencer a presidente Dilma Rousseff a melhorar a proposta
e conceder, no mínimo, um reajuste de 10,5% a partir de janeiro de 2013
e abrir uma nova negociação sobre a reestruturação das carreiras,
negociação essa que poderia ser retomada em 2013.
O argumento dos sindicalistas é que a proposta atual do governo, além de
não repor a inflação dos últimos dois anos, agravará ainda mais a
defasagem já existente. Para piorar, as possibilidades de negociação nos
próximos dois anos - coincidentemente ou não, o período que faltará
para o fim do mandato de Dilma - serão praticamente nulas.
Para reverter a situação, além das greves, os servidores têm como arma a
ameaça de retaliação ao PT nas eleições municipais, ameaça essa que já
causa mal estar entre Miriam Belchior e candidatos da base petista.
A pressão tem um objetivo já definido.
Fala-se nos bastidores que a reserva de R$ 14 bilhões que o governo
anunciou ter para atender às reivindicações pode ser estendida a R$ 22
bilhões. Entre os sindicatos, a ideia é que se a contraproposta chegar a
R$ 20 bilhões poderá ser fechado um acordo definitivo.
Caso a contraproposta não evolua, entretanto, a briga passará a ser
travada no Congresso. Primeiro, para que os parlamentares incluam e
aprovem as despesas relacionadas ao reajuste dos servidores e depois, se
necessário, para que derrubem um eventual veto da presidente à inclusão
de despesas adicionais.
Fonte: http://gustavohbraga.blogspot.com.br/2012/08/governo-tem-margem-para-aumentar.html
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