Notícias: Greve de funcionários do IBGE prejudica segunda pesquisa

Índice Nacional da Construção Civil não teve dados da Paraíba. Presidente do IBGE garante, porém, divulgação do PIB em 31 de agosto.

Lilian Quaino Do G1, no Rio

Devido à greve dos funcionários do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que estão com as atividades paralisadas desde meados de junho, reivindicando 22% de reajuste salarial e realização de concurso público, o Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi) foi divulgado na manhã desta quarta-feira (8) sem computar os dados da Paraíba. Para compensar a participação do estado na composição dos dados de julho, foram usadas estimativas de preços, informou o IBGE.

Desde o início da greve, é a segunda pesquisa prejudicada pela paralisação dos funcionários, a primeira foi a Pesquisa Mensal de Emprego de junho, que não computou os dados do Rio de Janeiro, e foi divulgada com informações parciais. A pesquisa completa ainda não tem data para ser divulgada, informou nesta quarta-feira (8) a presidente do IBGE, Wasmalia Bivar.

 

Wasmalia Bivar, presidente do IBGE
(Foto: Lilian Quaino/G1)

Ela, no entanto, garantiu que não houve prejuízo na pesquisa que resultará na divulgação dos números do PIB do segundo trimestre de 2012 no próximo dia 21 de agosto.

"A maioria das informações do PIB já estão disponíveis e vamos divulgar as contas nacionais integralmente na data marcada", disse ela.

O IBGE tem no país 6.600 trabalhadores efetivos e mais de 4 mil temporários. Dos efetivos, segundo Wasmalia, 30% aderiram à greve. Já segundo o sindicato da categoria, a greve atinge 60% dos funcionários. Os grevistas afirmam que o governo não abriu ainda um canal de diálogo.

Wasmalia disse que, antes de a greve iniciar, o IBGE já tinha envido pedido ao Ministério do Planejamento para a realização de concurso para preencher 1.500 vagas. Foi pedido, ainda, o prolongamento do contrato dos funcionários temporários de dois anos para quatro anos. Segundo a presidente do IBGE, a ministra Miriam Belchior está sensível aos pedidos, mas tudo depende da dotação ornamentária.

Ela disse que considera legitimas as demandas dos funcionários IBGE, até porque não quer que os saários dos servidores fiquem defasados em relação a outras carrerias para não perdê-los.

"Mas não adianta a direção da casa se comprometer com algum percentual de reajuste porque isso vai depender da dotação orcamentária do governo no próximo ano. O que podemos dizer é que dispomos da sensibilidade do governo aos pleitos do IBGE", disse.

Ponto cortado 

A presidente do IBGE confirmou o corte do ponto dos funcionários grevistas e disse que pelo menos mil já tiveram dias descontados em junho. A folha de pagamentos relativa a julho ainda não fechou, disse.

Para Wasmalia, a greve dos funcionários é um episódio pontual que não compromete a credibilidade instituição.

"Estamos trabalhando para que esses episódios não voltem a ocorrer para garantir à sociedade a divulgação das informações. Afinal, 70% dos funcionários estão trabalhando mais arduamente do que o regular para que as divulgações ocorram na normalidade", disse.

Fonte: http://g1.globo.com/economia/noticia/2012/08/greve-de-funcionarios-do-ibge-prejudica-segunda-pesquisa.html