segunda-feira, 9 de julho de 2012

INFORMATIVO N° 03 - COMANDO NACIONAL DE GREVE DO IBGE


COMANDO NACIONAL DE GREVE DO IBGE

INFORMATIVO N° 03

Rio de Janeiro, 06 de Julho de 2012.


Todos os trabalhadores do IBGE, ao coletarem PNAD, PME, IPC, pesquisas econômicas, sociais e agropecuárias, ao realizarem trabalhos geográficos, prepararem e disseminarem informações, passam por imensas dificuldades. Mesmo assim, não nos foge da memória a missão de “retratar o Brasil com informações necessárias ao conhecimento da sua realidade e ao exercício da cidadania”. Sabemos da importância do nosso trabalho investigando e produzindo informações a respeito da realidade do país, que podem ser utilizadas para o planejamento de ações e políticas públicas com o objetivo de solucionar os históricos problemas sociais brasileiros. Reconhecemos que desta constatação deriva a importância estratégica do IBGE no Estado brasileiro.

Entretanto, o reconhecimento desta importância não é acompanhado por um tratamento digno, por parte do governo, em oferecer-nos condições de trabalho e valorização salarial. Desde o último reajuste, o nosso salário vem sendo corroído pela inflação e, se não obtivermos um reajuste agora, haverá sérios prejuízos no poder de compra e na qualidade de vida de todos os trabalhadores do IBGE.

Na assembleia estadual do Rio de Janeiro (05/07), um companheiro da Sede elaborou uma tabela que demonstra o processo de desvalorização salarial dos servidores do IBGE. Reproduzimos a tabela logo abaixo:

       [1] Os números do Salário Mínimo e da inflação, entre 2012 e 2015, correspondem a projeções.
       [2] Concentração de servidores do IBGE que atualmente encontram-se nesta faixa do plano de carreiras.



Fica claro para todo mundo que estamos diante do nosso velho conhecido arrocho salarial, pois, se analisarmos a equivalência de nosso ganho real em relação ao salário mínimo, de 2009 até 2015, a perda para um funcionário de nível superior no padrão S-III é de 13,16 S.M., mantidas as condições de evolução de salário mínimo e da inflação para o período. Embora, para o nível intermediário, a perda proporcional seja menor, é um absurdo que um servidor no topo da carreira perca, em 7 anos, o correspondente a 5,6 salários mínimos depois de 30 anos de casa. Além disso, não podemos deixar de considerar que 80% dos servidores efetivos do nível intermediário estão nesta condição. Utilizando como referência os servidores do topo da carreira de ambos os níveis, fica evidente que a situação para os servidores que estão em progressão é ainda pior. Olhar para o futuro e perceber que é isto que nos espera não é nada alentador.

Fica claro que, sem um reajuste salarial imediato e uma data-base anual, corremos seriamente o risco de termos nosso poder de compra corroído pela inflação. É impossível continuar tendo uma posição passiva diante de uma situação como esta. O governo não tem sinalizado nada concretamente até agora. Mas nós sabemos que, se não conseguirmos ter nossa pauta de reivindicações contemplada no Orçamento de 2013, não teremos forças suficientes para competir com o comprometimento do governo com a Copa do Mundo e com as eleições em 2014, com a preparação das Olimpíadas em 2016 e com o risco da crise econômica mundial atingir fortemente o Brasil nos próximos anos. O governo vai jogar nas costas do funcionalismo a culpa pela crise econômica, como têm feito atualmente os governos dos países europeus e dos EUA. Se alguns de nós ainda acreditam que a situação está confortável, diante da situação internacional, somos obrigados a dizer, como Horácio, que “de te fabula narratur” (de ti fala a fábula), ou seja, se não fizermos nada agora, o futuro do funcionalismo público brasileiro pode ser o presente do funcionalismo público europeu.

A nossa perspectiva de futuro estará completamente comprometida se não fizermos nada imediatamente. A tabela acima representa a necessidade de aplicarmos a missão do IBGE à nossa própria condição salarial. Conhecendo a nossa realidade, é preciso que exerçamos conscientemente o nosso direito de lutar por melhoras nas nossas condições de trabalho e na nossa qualidade de vida. A hora de agir é agora. Caso contrário, os tempos à frente são sombrios e será tarde demais chorar pelo leite derramado.

Chamamos a todas as agências, a todos os setores e a todas as unidades do IBGE que fortaleçam o movimento grevista. A luta é de todos e depende de nós a reversão do quadro apresentado por nós pelo governo e pela direção do IBGE.

Comando Nacional de Greve do IBGE

Telefones:
Executiva Nacional – (21) 3575-5757 – fax (21) 3575-5766
Paladini (RS) - (21) 9445-6924
Cássius (PR) – (44) 9806-7722
Suzana (RJ) – (21) 9187-8833
Mateus (RS) – (51) 9798-9728

Email: assibge-sn@uol.com.br

Na internet:
www.assibge.org
www.ibgeemgreve.blogspot.com


Nenhum comentário:

Postar um comentário