Ontem, dia 24/07, fomos procurados pela equipe de reportagem da Rede Massa - Maringá (SBT) para noticiar a respeito de nossa greve. Conversamos bastante a respeito dos motivos que nos movimentaram para a greve, que já dura um mês. Repassamos didadicamente os principais pontos da nossa pauta de reivindicação: o reajuste de 22%, incorporação das gratificações, alterações no plano de carreira, concursos públicos e o trabalho temporário. De todas as situações relatadas, a que mais impactou a repórter foi o processo de precarização do trabalho manifesto no alto índice de contratos temporários e na futura falta de funcionários decorrente das próximas aposentadorias, caso não haja concurso públicos.
De um modo geral, nota-se que a imprensa, ao cobrir a greve do IBGE, tem tido uma predileção em destacar o tema da precarização do contrato temporário. Não por acaso. A greve dos trabalhadores do IBGE expõe de maneira evidente que há contradições importantíssimas entre a imagem de credibilidade e excelência imputada ao órgão e as condições reais de trabalho sobre as quais esta imagem é construída.
Isto nos obriga a pensar em possíveis desdobramentos futuros desta greve. A categoria tem demonstrado, cada vez com mais força, que sua dedicação ao IBGE não se expressa apenas na subordinação às ordens e às determinações de suas obrigações funcionais, mas também que existem, no seio dos trabalhadores, um conjunto de ideias, sugestões, propostas, que, se bem trabalhadas, podem conformar um projeto global para o IBGE na perspectiva dos trabalhadores e que tenha um sentido oposto ao caráter precarizador do modelo atualmente existente.
A situação objetiva do IBGE chegou a um ponto em que suas contradições não puderam ser mais abafadas pelos expedientes costumeiramente utilizados pela administração. É preciso, contudo, que, diante destas condições objetivas, nós sejamos capazes de superar o patamar já alcançado de reação ao que está posto em direção a uma postura proativa com o objetivo de elaborar um projeto para o IBGE em que sua qualidade não seja traduzida apenas em termos de imagem para uma sociedade do espetáculo, mas principalmente em termos de produção de conhecimento cada vez mais fidedigno da realidade brasileira para uma sociedade que precisa se transformar.
Fonte: http://www.redemassa.com.br/programas/TVTIBAGI/TMTI/tribuna_da_massa.html
Nenhum comentário:
Postar um comentário