Nota do Comando de Greve do Paraná a respeito do BI 48

Com alguma surpresa os trabalhadores do IBGE assistiram ontem a publicação, por parte direção do instituto, de um Boletim Informativo em que se nota o intuito de desinformar, intimidar e constranger. É certo que a estas horas aqueles senhores estão estupefatos por não encontrarem nos servidores da instituição a covardia política que costumam vislumbrar, seja no espelho, seja nos quintais do terceiro escalão deste governo insensível as nossas causas.

Tal saída foi adotada após a indiferença dos servidores ante ao Boletim anterior, insosso e repetidor de um discurso já desgastado e inapto para adiar a reação daqueles que cotidianamente sustentam com braços fortes a reputação deste Instituto.

É de se ressaltar que o peso crescente deste fardo é um dos objetivos, claro e lúcido, para a deflagração deste movimento grevista. A manutenção da solidez e da confiabilidade do IBGE, tarefa heroica enfrentada durante as últimas décadas por todos nós, tem sido dificultada por uma política mesquinha de precarização que permeia todos os cantos deste governo.

Esta greve é o resultado natural do completo descaso com que o governo tem enfrentado nossas demandas, vez que por todos os últimos anos assistimos a negociações procrastinatórias, delimitadas pela mentira e pela perfídia por parte do governo.

As negociações em curso repetem o mesmo roteiro, em reuniões que não podem nem mesmo ser classificadas como infrutíferas, sob pena de se ofender a plantas inocentes que, apesar de não darem frutos, cultivam alguma beleza.

Por parte deste Núcleo Sindical, inúmeros contatos foram feitos durante todo o dia de hoje, no sentido de se acompanhar os estudos e colaborar para a celeridade dos trabalhos concernentes as medidas judiciais a serem adotadas. Sabe-se que até o fim da semana será ajuizado um mandado de segurança, remédio constitucional apto a resguardar os direitos dos bravos trabalhadores do IBGE.

Por fim, é de se ressaltar que este boletim, para além de deixar transparecer o desprezo de nossa direção aos direitos dos trabalhadores, em um texto autoritário que nos parece uma psicografia do monarca Luiz XIV, é a demonstração maior do sucesso desse movimento, que dia a dia é fortalecido diante de sua inquestionável legitimidade.