COMANDO NACIONAL DE GREVE DO IBGE
INFORMATIVO N° 04
Rio de Janeiro, 10 de Julho de 2012.
A greve cresce em todo o país apesar das ameaças do Governo aos trabalhadores. A pressão que está sendo exercida pelo IBGE para tentar impedir a adesão dos trabalhadores temporários à greve coagindo os inclusive a abrirem as Agências sendo responsabilizados pelo patrimônio da instituição que são atribuições de trabalhadores do quadro efetivo, mostra claramente o impacto causado ao IBGE neste momento.
O cenário nacional da greve hoje mostra que cresce cada vez mais o movimento. Pernambuco deliberou greve ontem e reforça o número de Estados grevistas no IBGE. Os Núcleos Avenida Chile, Goiás e Rio Grande do Norte estarão fazendo paralisações pontuais de 24 horas. Os núcleos que não estão em greve estão com assembleias marcadas e estamos atuando fortemente para que suas deliberações sejam no encaminhamento da greve por tempo indeterminado também. Aliando as paralisações aos estados grevistas hoje, temos 19 Estados mobilizados no enfrentamento a esta política de arrocho salarial praticada pelo Governo Federal.
Neste sentido, o Comando Nacional de Greve continua indicando a reafirmação da necessidade da paralisação da coleta neste momento. O dado produzido pelo IBGE é vital na tomada de decisões na administração pública em nosso país e, paralisando a construção deste, ganhamos força em nosso movimento para um desfecho mais rápido e favorável à nossas reivindicações. E a ação governamental contrária vem no sentido de ameaças de demissões no caso dos temporários e, corte de ponto no caso dos efetivos.
Avaliamos que, ao invés de o Governo apresentar uma contra-proposta ao pedido da categoria, ele adota a postura de ameaça e coação dos trabalhadores para força-los a voltarem a seus postos de trabalho. Ora, claramente isto nos mostra que nosso movimento demonstrou força e perspicácia ao centralizarmos nosso foco na coleta que é a principal fonte de dados atualizados do país. Nossa postura de exigir que o governo acene com resposta à nossas reivindicações que não seja a que “entendemos seu pleito, mas não podemos dizer nada até o fechamento do orçamento para o próximo período” deve-se manter firme.
Na reunião do dia 27/06, o Secretário de RH do MPOG disse que havia recomendado a caracterização de falta greve e corte de ponto, pois, eles estavam sendo questionados pelos dirigentes dos órgãos sobre a greve. Em relação a esta recomendação, o IBGE, mais realista que o rei, divulgou o BI 48 já anunciando que “os dias não trabalhados implicam corte de ponto, o que pode vir a ter reflexos nos salários dos funcionários faltosos”. Esta postura fez com que o Comando Nacional de Greve solicitasse reunião com a Direção e, nesta, o IBGE recuou e apontou no BI 53 que “os dias parados serão lançados com o código de “falta greve”, devendo o respectivo desconto ou compensação ser objeto de negociação futura”.
Na seqüência, o IBGE recebeu a visita de Sérgio Mendonça e Marcela Tapajós na noite de sexta-feira, casualmente após o piquete já ter se retirado da Sede do IBGE, numa demonstração clara de que IBGE e MPOG estão preocupados com a paralisação dos servidores. E, esta preocupação chega ao ponto da Secretaria de Relações de Trabalho do MPOG vir ao Rio de Janeiro para ouvir as reivindicações do IBGE para a pauta orçamentária do próximo período.
Outro ponto a se refletir diz respeito à posição do IBGE em relação aos trabalhadores temporários da Instituição onde, ao invés de reconhecer a importância do movimento, em que está incluída a pauta dos temporários, obriga estes a trabalhar negando-lhes o direito de greve mesmo que este seja constitucional e um direito de todo o trabalhador. Como se não bastasse isto, agora pretendem que estes assumam atribuições que não fazem parte do rol de atividades previstas no edital de seu PSS como abrir a agência, responsabilizando-os pelo patrimônio da instituição algo, até então, de responsabilidade somente de servidores efetivos.
Com relação à isto, o Comando de Greve Nacional está avaliando o momento e, logo divulgaremos as ações que serão efetivadas em defesa dos trabalhadores. Mas já enviamos notas aos núcleos estaduais da ASSIBGE-SN onde indicamos procedimento a ser adotado por Chefes de Agência quando coagidos pela Direção a entregar chaves aos temporários.
Os dados coletados pelos trabalhadores do IBGE mostram que a crise européia já possui reflexos no Brasil. Para conter isto, o Governo acena com a liberação recorde da restituição do Imposto de Renda que, segundo as estimativas governamentais, injetará R$ 2,6 bilhões no mercado, segundo a Folha de São Paulo. Há uma clara disposição do governo em reaquecer a economia neste momento. O governo afirma impacto de R$ 92 bilhões ao ano no orçamento caso ele ceda às reivindicações dos trabalhadores. Mas, quando constatamos que o pagamento da dívida pública acumulou, até 31/06, R$ 381 bilhões, fica claro que a vontade é que a valorização da classe trabalhadora seja preterida em prol do capital. Então, ao olharmos este cenário ruim que se avizinha aos trabalhadores do serviço público federal, cabe-nos chamar a atenção que a falta de uma data base põe em risco todo o significado de nossos ordenados em nosso poder aquisitivo.
Urge que nossa pauta de negociação seja aprovada no orçamento para o próximo período, pois, caso contrário, os trabalhadores do IBGE, ativos e inativos, terão comprometidas todas as garantias de uma vida digna. Ao entendermos isto, resta a nós a seguinte pergunta: se esta é uma causa justa, porque todos os servidores do IBGE não estão junto a nós neste momento?
Dadas as avaliações, o Comando Nacional de Greve reafirma a necessidade de luta e conclama a todos os trabalhadores do IBGE a se unirem na luta pela garantia de seus direitos e futuro.
Comando Nacional de Greve do IBGE
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