quinta-feira, 5 de julho de 2012

INFORMATIVO N° 02 - COMANDO NACIONAL DE GREVE DO IBGE


COMANDO NACIONAL DE GREVE DO IBGE

INFORMATIVO N° 02

Rio de Janeiro, 04 de Julho de 2012


No final da tarde de hoje, o Comando Nacional de Greve e a Executiva Nacional da ASSIBGE estiveram reunidos com a direção do IBGE com o objetivo de reafirmar a necessidade de a direção assumir uma postura mais ativa junto ao governo no sentido de acelerar o processo de negociação sobre a pauta de reivindicações da categoria, haja vista o grau de mobilização, força e visibilidade que o movimento grevista vem ganhando nos últimos dias.

A posição da direção é a de que reconhece o movimento grevista e que tem estado em contato com o governo. Contudo, a conversa da direção com o governo tem se fundamentado simplesmente em uma perspectiva gerencial, focada na delimitação do orçamento do órgão, especialmente no que tange ao montante de recursos para a Contagem da População 2015 (cujo planejamento deve começar no próximo ano), o que não contempla a pauta de reivindicação da categoria protocolada junto ao governo. A direção do IBGE assumiu que, por enquanto, não tem partido dela nenhuma iniciativa mais incisiva de demover o governo em sua estratégia protelatória sobre as reivindicações do movimento grevista e que ela aguardará o posicionamento do governo até o prazo de 31 de Julho. Ficou claro que a direção do IBGE está mais preocupada em seguir a linha do governo do que ser coerente com o seu discurso de posse, ou seja, defender os interesses dos trabalhadores do IBGE.

A Executiva Nacional e o Comando de Greve repudiaram a ação da direção do IBGE em convocar a Polícia Militar e contratar seguranças privados para as portas de algumas unidades do IBGE no Rio de Janeiro. Afirmando que se trata de uma medida preventiva para evitar conflitos entre os grevistas e os fura-greves, a direção, contudo, não soube explicar quem se responsabilizaria caso houvesse conflitos entre os grevistas e os seguranças privados, uma vez que estes não estão identificados e todos os funcionários do IBGE são conhecidos. A direção do IBGE considera o piquete de convencimento uma coação desnecessária dos grevistas sobre os fura-greves, mas, como contra-partida, utiliza-se de um expediente muito mais coercitivo ao chamar a Polícia Militar do Rio de Janeiro e ao contratar seguranças privados.

Diante dos questionamentos a respeito dos encaminhamentos que a direção do IBGE estaria tomando sobre o ponto dos trabalhadores em greve, ficou entendido que a direção utilizará a rubrica de “falta-greve” para os dias parados, o que não implica desconto salarial, mas ponto de negociação de reposição dos serviços não executados no período de greve.

A Executiva Nacional e o Comando de Greve reafirmam a garantia constitucional do direito à greve que é extensível a todos os trabalhadores e de que o Brasil é também signatário da Convenção da Organização Internacional do Trabalho, embora a direção do IBGE tenha admitido que existe, de sua parte, uma orientação de que os trabalhadores temporários não podem entrar nesta greve. Não cabe à direção do IBGE definir quem pode ou não pode entrar em greve, uma vez que esta decisão cabe à categoria, inclusive aos contratados, uma vez que também são trabalhadores do IBGE, diferenciado apenas por um regime contratual altamente precarizado. Os trabalhadores temporários têm uma pauta específica nesta campanha salarial que possui pontos que dependem de provisão orçamentária (a questão salarial), mas que possui outros que dependem unicamente da vontade desta direção, como é o caso do fim do aditamento mensal dos contratos.

Muito nos estranhou algumas posições da direção ao querer “explicar” à categoria como deveria ser realizado o movimento reivindicatório, considerando errada a estratégia da greve, pois o governo se sensibilizaria mais com a pauta de reivindicações dos trabalhadores do IBGE se continuássemos a trabalhar e a produzir as informações, pois o IBGE, na visão da direção, seria reconhecido por aquilo que ele faz. Ora, esta visão da direção não é confirmada pelos fatos. Desde o último reajuste, a categoria vem realizando arduamente o seu trabalho, com uma carga cada vez maior de pesquisas e o governo não vem respondendo efetivamente às reivindicações da categoria, protelando anualmente propostas concretas. Lembramos que nem mesmo uma operação da magnitude do Censo Demográfico foi capaz de chamar a atenção do governo para a justeza das nossas reivindicações. Durante todo este período, fizemos inúmeras paralisações e manifestações pontuais, reuniões com o governo e a direção do IBGE e nada de concreto nos foi apresentado. Além disso, coerente com a afirmação do secretário Sergio Mendonça na última reunião, é visível que o governo vem apresentando propostas unicamente para aquelas categorias do funcionalismo que têm intensificado as greves, haja vista a situação do Itamaraty e dos servidores das Universidades Federais. É esta situação que tem levado a categoria à greve.

Ficou claro que a direção do IBGE está preocupada com a ampliação do nosso movimento grevista, especialmente no que se relaciona com os seus impactos na coleta dos índices periódicos, principalmente o da INPC, da PME, além da PNAD Contínua. Foi também transparente para todos que muitas vezes a direção do IBGE confunde seus interesses específicos como gestores com os interesses gerais dos trabalhadores do IBGE. Um atraso na coleta dos índices econômicos e do mercado de trabalho desgasta a imagem da direção do IBGE, mas causa um impacto significativo sobre o governo e pode contribuir para uma aceleração no chamamento de uma reunião de negociação.

Por conta disso, o Comando de Greve mantem a avaliação de que devemos ampliar cada vez mais o nosso movimento grevista, especialmente no que toca aos trabalhos das agências de coleta. É preciso dar continuidade a nossa mobilização, agregando cada vez mais companheiros à nossa luta para que o Governo apresente uma proposta às reivindicações com tempo hábil para que possamos discutir com a categoria, pois não podemos mais uma vez aceitar imposições. Com isso, talvez, a direção do IBGE tome uma postura mais incisiva em relação ao nosso pleito junto ao governo, superando o papel cumprido até agora de participar conjuntamente da mesa de negociações em Brasília.


Comando Nacional de Greve do IBGE


Telefones:
Executiva Nacional – (21) 3575-5757 – fax (21) 3575-5766
Paladini (RS) - (21) 9445-6924
Cássius (PR) – (44) 9806-7722
Suzana (RJ) – (21) 9187-8833
Matheus (RS) – (51) 9798-9728


Na internet:


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