terça-feira, 31 de julho de 2012
Notícia: Governo federal cancela reuniões com servidores em greve
INFORMATIVO N° 08 - COMANDO NACIONAL DE GREVE DO IBGE
Executiva Nacional – (21) 3575-5757 – fax (21) 3575-5766
Paladini (RS) - (21) 9445-6924
Sérgio (PR) – (44) 9102-4599
Suzana (RJ) – (21) 9187-8833
Paulo Lindsay (RJ) – (21) 9464-6785
Email: assibge-sn@uol.com.br
Na internet:
www.assibge.org
www.ibgeemgreve.blogspot.com
Notícia: Ritmo do trabalho
27.07.2012
|15h00m
COLUNA NO GLOBO
Jogo Rápido nº 304: Comparativo de Salários entre IBGE e Outros Órgãos e a Polêmica da Divulgação de Pesquisas em Plena Greve
Notícia: Funcionalismo federal: Reajuste para 924 mil no dia 2
Correção - Data da Próxima Assembléia no Paraná
O cronograma e a postagem com os informes também já foram devidamente corrigidos.
segunda-feira, 30 de julho de 2012
Informes da Assembléia de 30/07 - Paraná
Notícia: Sindicato promete endurecer greve dos funcionários do IBGE
- por Sabine Righetti (Folha Online (27/7/2012)
Conto: "O Arquivo", de Victor Giudice
João era moço. Aquele era seu primeiro emprego. Não se mostrou orgulhoso, embora tenha sido um dos poucos contemplados. Afinal, esforçara-se. Não tivera uma só falta ou atraso. Limitou-se a sorrir, a agradecer ao chefe.
No dia seguinte, mudou-se para um quarto mais distante do centro da cidade. Com o salário reduzido, podia pagar um aluguel menor.
Passou a tomar duas conduções para chegar ao trabalho. No entanto, estava satisfeito. Acordava mais cedo, e isto parecia aumentar-lhe a disposição.
Dois anos mais tarde, veio outra recompensa.
O chefe chamou-o e lhe comunicou o segundo corte salarial.
Desta vez, a empresa atravessava um período excelente. A redução foi um pouco maior: dezessete por cento.
Novos sorrisos, novos agradecimentos, nova mudança.
Agora joão acordava às cinco da manhã. Esperava três conduções. Em compensação, comia menos. Ficou mais esbelto. Sua pele tornou-se menos rosada. O contentamento aumentou.
Porém, nos quatro anos seguintes, nada de extraordinário aconteceu.
João preocupava-se. Perdia o sono, envenenado em intrigas de colegas invejosos. Odiava-os. Torturava-se com a incompreensão do chefe. Mas não desistia. Passou a trabalhar mais duas horas diárias.
Uma tarde, quase ao fim do expediente, foi chamado ao escritório principal.
Respirou descompassado.
— Seu joão. Nossa firma tem uma grande dívida com o senhor.
João baixou a cabeça em sinal de modéstia.
— Sabemos de todos os seus esforços. É nosso desejo dar-lhe uma prova substancial de nosso reconhecimento.
O coração parava.
— Além de uma redução de dezesseis por cento em seu ordenado, resolvemos, na reunião de ontem, rebaixá-lo de posto.
A revelação deslumbrou-o. Todos sorriam.
— De hoje em diante, o senhor passará a auxiliar de contabilidade, com menos cinco dias de férias. Contente?
Radiante, João gaguejou alguma coisa ininteligível, cumprimentou a diretoria, voltou ao trabalho.
Nesta noite, joão não pensou em nada. Dormiu pacífico, no silêncio do subúrbio.
Mais uma vez, mudou-se. Finalmente, deixara de jantar. O almoço reduzira-se a um sanduíche. Emagrecia, sentia-se mais leve, mais ágil. Não havia necessidade de muita roupa. Eliminara certas despesas inúteis, lavadeira, pensão.
Chegava em casa às onze da noite, levantava-se às três da madrugada. Esfarelava-se num trem e dois ônibus para garantir meia hora de antecedência. A vida foi passando, com novos prêmios.
Aos sessenta anos, o ordenado equivalia a dois por cento do inicial. O organismo acomodara-se à fome. Uma vez ou outra, saboreava alguma raiz das estradas. Dormia apenas quinze minutos. Não tinha mais problemas de moradia ou vestimenta. Vivia nos campos, entre árvores refrescantes, cobria-se com os farrapos de um lençol adquirido há muito tempo.
O corpo era um monte de rugas sorridentes.
Todos os dias, um caminhão anônimo transportava-o ao trabalho. Quando completou quarenta anos de serviço, foi convocado pela chefia:
— Seu João. O senhor acaba de ter seu salário eliminado. Não haverá mais férias. E sua função, a partir de amanhã, será a de limpador de nossos sanitários.
O crânio seco comprimiu-se. Do olho amarelado, escorreu um líquido tênue. A boca tremeu, mas nada disse. Sentia-se cansado. Enfim, atingira todos os objetivos. Tentou sorrir:
— Agradeço tudo que fizeram em meu benefício. Mas desejo requerer minha aposentadoria.
O chefe não compreendeu:
— Mas seu João, logo agora que o senhor está desassalariado? Por quê? Dentro de alguns meses terá de pagar a taxa inicial para permanecer em nosso quadro. Desprezar tudo isto? Quarenta anos de convívio? O senhor ainda está forte. Que acha?
A emoção impediu qualquer resposta.
João afastou-se. O lábio murcho se estendeu. A pele enrijeceu, ficou lisa. A estatura regrediu. A cabeça se fundiu ao corpo. As formas desumanizaram-se, planas, compactas. Nos lados, havia duas arestas. Tornou-se cinzento.
João transformou-se num arquivo de metal.
domingo, 29 de julho de 2012
Notícia: Analistas tiveram que recalcular suas previsões
sexta-feira, 27 de julho de 2012
Notícia: Sindicatos contestam decreto
Fonte: Jornal Metro Curitiba - quinta-feira 26/07/2012, Edição 311, ano 2, pg 7
Notícia: G1: Justiça suspende corte de ponto de servidores federais do DF em greve
Notícia: Governo estuda reajuste para servidores em 2013
Fonte: Jornal Metro Curitiba - quinta-feira 26/07/2012, Edição 311, ano 2, pg 7
NOTA À IMPRENSA: POR QUE A PME ESTÁ SENDO DIVULGADA SEM OS DADOS DA REGIÃO METROPOLITANA DO RIO
ASSIBGE-SN já moveu ação judicial sobre o corte de ponto
quinta-feira, 26 de julho de 2012
Notícia Comentada: IBGE: divulgação de IPCA e dados industriais está garantida
Nota do Comando de Greve: As partes em vermelho no texto são comentários nossos em relação às declarações dadas na notícia.
Segundo executivo, risco dos dados não serem publicados por conta da paralisação dos servidores "é zero";
Apesar do prejuízo causado pela greve dos servidores do IBGE à divulgação da pesquisa mensal de emprego nesta quinta-feira (25), o diretor-executivo do instituto, Nuno Bittencourt, garantiu que as próximos levantamentos do instituto serão mantidos e divulgados no prazo agendado.
"Ficamos preocupados com o que aconteceu porque temos um compromisso em deixar a sociedade bem informada. Divulgamos o que deu e o que tínhamos certeza da qualidade", disse ele.
"A gente poderia ter adiado se tivesse perspectiva de divulgação do dado do Rio que era o que faltava, mas não há perspectiva. Temos certeza que IPCA, PIM, INPC estão em ordem, acrescentou.
No dia 1º de agosto, o IBGE divulga os dados da produção industrial em junho e no dia 8 os números de julho do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que serve de referência ao sistema de metas de inflação do governo.
"A chance de eles não serem divulgados é zero. Vai ser normal", disse à Reuters o executivo do IBGE. "A pesquisa industrial já está sendo finalizada e não há problemas na transmissão dos dados até o momento."
Nuno Bittencourt lembrou que na semana passada, em meio à greve dos servidores do IBGE, o IPCA-15 --calculado em 11 regiões do país-- foi divulgado sem prejuízos a qualidade do levantamento.
Só não disse que grande parte dos dados do IPCA-15 foram coletados antes da Greve começar.
Terceirizados
A vantagem, de acordo com o diretor do IBGE, é que as pesquisas de campo com coletas de preços são feitas por profissionais temporários/terceirizados. A paralisação atinge somente os servidores concursados.
Porque será que ele não explicou que a paralisação “só atinge os servidores concursados” unicamente porque a Diretoria Executiva (a qual ele preside) proibiu explicitamente os contratados temporários de entrar em Greve, ameaçando-os de demissão e negando a eles o direito constitucional à Greve que todo trabalhador brasileiro possui?
"Não temos nenhum perda no índice de preços. O IPCA está em processo de transmissão, mas não há nenhum sinal que haverá prejuízo e ao que tudo indica todos os prazos serão respeitados", disse ele. " Eles( terceiros) têm uma relação de trabalho diferenciada o pessoal temporário não está em greve e o salário deles é diferente."
Novamente, faltou explicar! A “relação de trabalho diferenciada” dos contratados temporários significa que eles não possuem nem os direitos da CLT nem dos servidores estatutários. Eles não possuem direito a FGTS ou Seguro Desemprego, que seus contratos são aditados mensalmente, e que podem ter seus contratos encerrados em qualquer mês sem necessitar de nenhuma justificativa para tal, deixando-os sempre com medo de perder o emprego, e também lhes é proibido tirar férias, sendo forçados a receber o valor destas ao fim do contrato, ainda que no IBGE os servidores concursados são obrigados a tirar férias e nunca as recebem em dinheiro, para não onerar os gastos públicos com pessoal.
Além disso, o “salário diferente” desses companheiros significa que eles recebem menos de 1/4 do que recebe um servidor concursado para realizar o mesmo tipo de serviço, o que não é nenhuma vantagem!
A transmissão desse dados do IPCA compilados em lojas, supermercados, prédios e outros estabelecimentos do país segue normalmente e a transmissão para o sistema do IBGE já está em fase final, segundo uma fonte do IBGE que pediu para não ser identificada. O prazo limite para o repasse desses dados é sexta-feira.
A fonte não se identifica porque não quer ter de se explicar, já que a transmissão dos dados não poderia ser feita por servidor contratado temporário, mas sim por sua chefia direta, esses sempre servidores concursados, muitos dos quais estão em Greve e não fazem a transmissão dos dados. Então, como a transmissão é feita? Estão dando até senha dos sistemas de transmissão para os contratados temporários, o que é desvio de função!
"São mais de 2 mil locais visitados por mês nas 11 regiões e esse é um trabalho feito por temporários que trabalham normalmente", disse a fonte. "Já recebemos mais de 90 por cento dessas informações e não há nenhum prejuízo . Foi uma coleta normal."
Faltou falar aqui que a Lei 8.745, que rege o contrato temporário no serviço público, não permite contratar pessoas para fazer serviços corriqueiros dos órgãos públicos, como é o caso dessas pesquisas, apenas serviços excepcionais. No entanto, o Diretor Executivo do IBGE assume que são os servidores contratados temporários que realizam esses trabalhos!
Na próxima semana, o IBGE divulga duas pesquisas industriais, o Índice de Preço ao Produtor (IPP) e o Índice de Produção Mensal (PIM), e Bittencourt garante que todas as informações já foram transmitidas e estão em fase de análise crítica
Uma outra fonte no IBGE destacou que os índices industriais têm menos coletas de campo e são produzidos basicamente com questionários eletrônicos respondidos pelas empresas consultadas.
"Mais de 90 por cento vem desses questionários e os padrões de respostas são os mesmos; não houve mudança de padrão", disse a fonte.“ "O que tem acontecido é que alguns que não estão envolvidos diretamente na greve estão tendo que se desdobrar e trabalhar mais para garantir prazos e processo de produção."
O IBGE negocia com o governo a apresentação de uma contra-proposta aos servidores em greve do instituto, que pedem aumento de 22 por cento, entre outra reivindicações.
Curiosamente, uma das “outras reivindicações”, e possivelmente a mais importante, é a regularização dos contratos temporários no IBGE e a realização de concurso público…
O que em qualquer lugar seria motivo de vergonha, apreensão ou no mínimo espanto, é visto como positivo pela Diretoria Executiva do IBGE: ter um monte de profissionais terceirizados e precarizados tocando os trabalhos da instituição! Essa é uma mentalidade caduca até nos empreendimentos privados; todas as multinacionais e grandes empresas querem possuir funcionários próprios justamente pra garantir a qualidade do serviço... mas aqui não, ter um quadro de terceirizados precarizado e mal treiando é quase uma "esperteza"!
Se até a Direção Executiva admite que o trabalho só está acontecendo graças aos temporários, é porque tem alguma coisa muito errada nessa equação!
Fonte da notícia original: http://www.gazetadopovo.com.br/economia/conteudo.phtml?tl=1&id=1279377&tit=IBGE-divulgacao-de-IPCA-e-dados-industriais-esta-garantida
Notícia: Greve no IBGE impede divulgação da taxa nacional de desemprego
Portal da gazeta do Povo
Instituto optou por informar resultados de cinco das seis regiões metropolitanas
Uma greve de servidores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que atinge parcialmente as atividades do instituto há um mês, impediu a divulgação nesta quinta-feira (26) da taxa média de desemprego do país relativa a junho. Com isso, o instituto optou por informar os resultados de cinco das seis regiões metropolitanas que compõem o indicador.
A região do Rio de Janeiro, a segunda mais importante da pesquisa atrás apenas de São Paulo, não teve seus dados divulgados.
Os dados parciais mostram que em São Paulo a taxa de desemprego subiu para 6,5% em junho ante 6,2% em maio. Em Porto Alegre houve redução para 4,0% ante 4,5% em maio.
Belo Horizonte registrou uma taxa de desemprego de 4,5% em junho, ante 5,1% no mês anterior. O indicador relativo a Salvador atingiu 7,9% ante 8,0% em maio, enquanto em Recife a taxa de desemprego em junho foi de 6,3%, acima dos 5,9% de maio.
Segundo o IBGE, por enquanto a greve não prejudica a produção de outras pesquisas a serem divulgadas nas próximas semanas, incluindo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo relativo a julho, previsto para ser divulgado em 8 de agosto.
Já o Sindicato Nacional dos Servidores do IBGE informou que há prejuízo na compilação dos dados e na qualidade das informações, uma vez que boa parte dos trabalhadores permaneceu parada entre junho e julho.
Fonte: http://www.gazetadopovo.com.br/economia/conteudo.phtml?tl=1&id=1279251&tit=Greve-no-IBGE-impede-divulgacao-da-taxa-nacional-de-desemprego